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Blingdenstone

Mapa que fiz para Out of the Abyss.  Pintura no Photoshop. Desenho a mão. Espero que lhes seja útil 
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O Bom Mestre

Esse texto serve de nada se você quiser mentir pra si mesmo afim de provar que algo aqui está errado. Não é para testar sua capacidade ou seu mérito.  É um exercício de reflexão que me foi muito libertador, até mesmo como pessoa. O Bom Mestre Todos nós já estivemos lá. Ao menos todas as pessoas que costumam jogar com o papel de Mestre, Narrador, DM, enfim, essa função que todos sabem do que se trata. Sim, lá. Aquela cadeira central na távola redonda, como se tivéssemos um fardo enorme que nobremente carregávamos em prol da diversão coletiva. O mártir. O que se dedica. O que se entrega. Ele. O Bom Mestre.   Do alto da sua pré-adolescência você curtia quadrinhos, lia Harry Potter, as vezes Senhor dos Anéis, um tico de Bernard Cornwell, um mangá ou outro, e todo tipo de cultura geek que você se esbarrava. Ou nem tanto, você consumia só parte disso. Ou metade. De toda forma você tinha um círculo de amigos pra falar disso e num belo d

O autor pornô e o que eu acho disso

-Esse texto é uma exceção ao que eu proponho como escopo pra esse blog. Mas não sai tanto dos trilhos assim. É mais um ensaio, minha visão e impressão, do que a pesquisa e estudo que tento empenhar nos demais posts- Das Recht , 2001- Daniel Richter Belvedere 21 *essa pintura só está aqui porque me dá o mesmo murro  que falar sobre isso.  "Todos os pecados têm origem num sentido de inferioridade, também chamado vaidade." A frase acima tem mais de uma tradução. O original, em italiano, tem a palavra "vaidade" como vaidade mesmo. Estranhamente publicaram em alguns lugares como ambição. E é isso. Eu nunca achei legal a postura de soberba que alguns aficionados do OSR têm, em geral, com os demais tipos de RPG. Pra mim sempre foi tangente ali a sensação de tiração de onda. Os blogs agressivos, os livros com artes hostis, o grognardismo saudosista, um apreço ao bizarro e ao intangível, enfim, muita coisa que evoca o mesmo

D&D e o Mercado:

A 5e deve vender mais que todas as edições de D&D juntas se continuar no mesmo ritmo nos próximos 6 anos (numa perspectiva desfavorável a 5e). Especulo que em dez anos ela venderia mais que todos o resto dos RPG's somados também (mantendo o mesmo ritmo). Numa perspectiva mais otimista, em 2018 a 5e fecharia com vendas maiores que todas as demais edições. Como cheguei a esses dados? Link do pdf do textão com os gráfico Leia antes de ler: Este trabalho não é um um Texto Científico Ltda., com letras maiúsculas. Não me deu um título de nada, não passou por banca nem nada. Mas há um projeto de talvez um dia leva-lo a essa instância.  E é com muita satisfação que eu lhes apresento esse trabalho que não está nem pela metade. Apesar de grande esforço, paciência, e muita seriedade envolvida (principalmente porque não ganhei meio tostão pra isso), o resultado já mostra potencial.  A carência de dados por parte das empresas que ou mostram má vontade ou são só uma bagunç

Você não vai chegar no nível 20 e o que o design do jogo tem a ver com isso

Você já deve ter buscado formas de otimizar seu personagem, já deve ter perguntado se vale mais a pena o talento x ou o talento y. Quem nunca? É justo saber se aquela ideia de um guerreiro com duas espadas é viável, ou se vale ter umas perícias a mais. A internet, munida de um exército de analistas de builds e theory-crafters, obviamente mapeou e norteou o que há de bom e o que há de ruim no PHB e demais suplementos. Porém, após anos observando algumas opiniões e pareceres, comecei a questionar certos dogmas. Por exemplo, vamos ao monge. O monge enfia o cacete nos primeiros níveis, mas progressivamente perde força nos níveis mais altos. O ranger faz a mesma coisa, com o Hunter’s Mark ou Hail of Thornes ele se mostra um poderoso combatente além de inúmeras habilidades fora do combate (algumas até boas demais para o bem andar de uma campanha). “O monge é desbalanceado, fica aquém nos níveis mais altos”. Reconhecemos que é verdade, mas é provável que você nem t

Personagens de Papel

Uma campanha nova vai começar e o DM sugere que o ponto de partida será em Waterdeep. Vamos então fazer um personagem pra essa campanha. Que tal um guerreiro? Sim, ótimo! Aliás, queria algo mais heroico, um paladino! Isso um paladino. Raça, hmmmm, vejamos, qual raça... draconatos são meio estranhos, mas quem sabe. Um draconato paladino de Bahamut me soa clichê, mas ao mesmo tempo me parece divertido! Isso! Serei um paladino draconato que segue Bahamut e fez o juramento da vingança! Um verdadeiro exemplo de justiça, um defensor do bem maior que entrará em qualquer cruzada para que o mal não prevaleça! Isso! Seu nome será Hador, o sobrenome depois eu coloco. Ele será extremamente justo, mas ao mesmo tempo teimoso. Será forte, porém lento. E por último ele será piedoso com todos, menos com ele mesmo. Pronto, essas sãos as três características que tentarei assimilar para interpretar esse bravo paladino, os detalhes de como eu fui parar em Waterdeep eu vou juntando como

Por que a Bounded Accuracy tornou a 5e mais ampla

“Como assim? Como um sistema com um espectro tão estreito pode tornar-se mais amplo? Isso é um absurdo!” É essa a percepção que eu tinha quando me deparei com os livros da 5e. Acostumado com o empilhamento de modificadores (principalmente da 3.x/PF), a possibilidade de ter no máximo um +11 [1] para acertar no 20º nível me pareceu frustrante. Isso abria a seguinte premissa: “poderia um incapaz acertar um semideus, mesmo que causando um dano irrelevante?”; na 5e a resposta é sim.  Os valores altos de CA não atingem mais que duas dezenas, a dificuldade dos testes não passa muito disso também, a granularidade numérica parece infinitamente menor... E como isso implica em mais possibilidades? Não seria um contrassenso? Essa pergunta pode ser respondida de duas formas, uma, a mais subjetiva, eu respondi no meu post "Como D&D um dia me fez ver o mundo meio torto"  (aqui abro literalmente um parêntese porque o argumento vai mais na percepção